segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Oração de Jabez

A oração de Jabez

A Oração de Jabez é um livreto que pode ser lido numa sentada, isto é, de uma só vez. Primeiro, pela sua leitura fácil e fluente e, segundo, pelo tamanho que facilita esta única jornada de leitura. O tamanho do livro condiz com o texto que o autor vai tratar: 1 Crônicas 4.9 e 10. Se comparado a outros textos bíblicos, esta porção de genealogia tem importância menor no desenvolvimento da história bíblica; tanto é que a totalidade dos comentaristas bíblicos não desenvolve muito suas observações de tal texto, e o restante da Escritura não menciona Jabez ou sua oração como sendo imprescindíveis para uma vida cristã sadia. Contudo, não é isso que Wilkinson pensa sobre a oração de Jabez. No prefácio ele já escreve: "Quero ensinar-lhe como fazer uma oração ousada à qual Deus sempre atende. Ela é breve - uma frase composta de quatro partes - meio escondida na Bíblia, mas creio que ela contém a chave para uma vida extraordinariamente favorecida por Deus. Esta prece mudou radicalmente aquilo que espero de Deus e o que experimento dia após dia pelo seu poder. O fato é que milhares de cristãos que têm aplicado estas verdades em suas vidas estão vendo milagres acontecerem constantemente".

A suma do livro é imitar a oração de Jabez a fim de receber grandes bênçãos e realizar grandes feitos para Deus. Ao expor o seu raciocínio, Wilkinson apresenta alguns pontos positivos misturados com teologia evangélica ruim. Primeiro, o livro é criativo e bem aplicativo - qualidades de um bom pregador -, mas coloca nas mãos do leitor uma capacidade de resolver os seus problemas que o ser humano não tem. Wilkinson diz que o motivo de não sermos abençoados como Jabez é porque não as pedimos (p. 29). "A liberalidade de Deus é limitada somente por nós" (p. 31), como se dependesse de nós o ser abençoado (p. 66); Deus espera o nosso convite para derramar as suas muitas bênçãos (p. 45, 92). Acontece que Paulo nos ensina que Deus nos dá mais do que pedimos ou pensamos (Ef 3.20). Deus não deixa de nos abençoar por não lhe pedirmos; Ele providencia mais do que lembramos de pedir. Segundo, no capítulo 2 ele coloca alguns dados do contexto histórico e da exegese que são interessantes e elucidativos. No entanto, sua hermenêutica não trabalha em cima desses dados mas de forma alegórica. Como exemplo disso, no capítulo 3 ele interpreta a frase "me alargues as fronteiras" como um pedido de ministério mais amplo. Terceiro, sua exortação para que as orações sejam direcionadas para o serviço antes que para desejos pessoais é muito oportuna; Bruce nos leva a orar para alcançar mais vidas.

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